LOUCA
Quando a louca era grávida
E de poesia
Transbordava luz e néctar
Nas tardes de abril
Moços famintos vinham sugar.
E quando fortes partiam
Horizontes adentram
Sozinha ficava na margem do rio
Deitada no barco exaurida
Os dias transcorriam
Entre fendas de seios murchos
Balanço das águas
E crepúsculos de abril sem asas
E foi agora já velha e cansada
Da louca brotam rebentos esquálidos,
Versos de estrebuchos tortos
Nascidos do abandono da presença
Em colcha de palavras
A lhe cobrir as vergonhas
sábado, 13 de fevereiro de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário